segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Por que o ensino técnico profissionalizante é importante?

O DRAMA DO ENSINO MÉDIO




Ninguém deve se iludir. Por mais que o Brasil tenha avançado na oferta de ducação básica, como informam os dados lo Índice de Desenvolvimento da Educação ásica (ldeb), divulgado ontem pelo Minisério da Educação (MEC), o país tem de se reocu par com a dramática situação do enino médio. Bastou a economia acelerar o itmo do crescimento para disparar os prineiros alertas sobre o apagão de mão de )bra. Falta gente em condições de compremder um simples manual de instrução báico ou técnico na indústria. Os resultados lo ldeb para o ensino médio explicam em oa parte essa situação. Afinal, as metas lo governo para esse nível de ensino eram nodestas e, em vez de comemoração, o vanço de mísero 0,1 ponto entre 2007 e 009 retrata a grave defasagem entre a pre)aração do jovem brasileiro para o trabalho a realidade da demanda, o que compronete a competitividade do país.

Calculado a cada dois anos, o ldeb reúne is avaliações criadas pelo Instituto Nacioial de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira lnep) e leva em conta o rendimento es:olar (taxas de aprovação, reprovação e bandono) e médias de desempenho em íngua Portuguesa e Matemática na Prova 3rasil (aplicada nas últimas séries dos en sino



fundamental e médio). Numa pontuação que vai de O a 10 pontos, a média dos alunos desse nível de ensino, em 2009, ficou em 3,6 pontos (a meta era de 3,5, índice que tinha sido alcançado em 2007). Especialistas em educação têm alertado para o fato de que a sociedade do conhecimento exige, por enquanto, pelo menos o diploma do ensino médio para a inclusão nas faixas mais modestas do mercado de trabalho. No entanto, a média brasileira é de apenas sete anos de estudos e só 16% da população economicamente ativa têm o ensino médio completo. Além disso, os poucos que cursam o ensino médio estão longe do aprendizado que lhes facilitará o emprego. Menos de 10% dos alunos têm acesso ao ensino profissionalizante, o que significa que a esmagadora maioria dos jo ven



está sendo teoricamente preparada para ingressar numa universidade, quando se sabe que a maioria deles não terá acesso ao terceiro nível de ensino. Não à toa, a metade dos matriculados desistem por falta de interesse.

É estratégico encarar esse drama com urgência. Do contrário, teremos de importar mão de obra, negando oportunidade aos brasileiros, ou nos contentarmos com índices de crescimento econômico abaixo do fluxo de jovens ao mercado — o que igualmente resultaria em desemprego. Nesse sentido, há uma boa ideia em gestão no governo, que pode vir em socorro à falta de qualificação do jovem brasileiro para o trabalho. Os Ministérios da Fazenda e da Educação estudam a concessão de incentivos fiscais a empregadores que financiarem cursos de ensino médio profissional em escolas particulares para seus funcionários. Já que o governo, apesar da eloquência do discurso oficial, não tem sido capaz de ofertar a preparação dos jovens no ritmo em que eles são chama- dos pela economia, que se abra mão de tributos para viabilizá-la em instituições privadas qualificadas. Mas que esses estudos não levem tempo demais. (Estado de Minas - 02/07/2010)